Segundo a Aliança Bike venda de bicicletas recua 15% em 2023

Bike Brothers vendas

Faturamento das lojas teve queda de 7% no mesmo período; levantamento da Aliança Bike ouviu centenas de lojistas de todo país

Como era previsto, o mercado brasileiro de bicicletas enfrenta um período desafiador nos últimos dois anos. De acordo com um levantamento realizado pela Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas) com centenas de lojistas em todo o país, houve uma queda de 15% na quantidade de bicicletas vendidas em 2023 em comparação com o ano anterior.

Além disso, o faturamento das lojas registrou uma retração de 7% em comparação com 2022, mesmo com um aumento na demanda por serviços e nas vendas de bicicletas de maior valor agregado, como as elétricas.

É relevante mencionar que as vendas de bicicletas no Brasil atingiram números recordes no biênio 2020-2021, atingindo 6 milhões de unidades. No entanto, nos últimos dois anos, o cenário foi desafiador, com diversos problemas relacionados ao estoque e uma diminuição na demanda.

Estimativas de vendas no comércio varejista de bicicletas nos últimos anos*
  • 2018: 4 milhões de unidades
  • 2019: 4 milhões de unidades
  • 2020: 6 milhões de unidades
  • 2021: 5,8 milhões de unidades
  • 2022: 3,77 milhões de unidades
  • 2023: 3,20 milhões de unidades

*Baseado no monitoramento da Aliança Bike com lojistas e nos dados de produção, montagem e importação de bicicletas e componentes. A estimativa contempla bicicletas novas e usadas.

O recuo nas vendas em 2023 ocorreu principalmente nas bicicletas “de entrada” (com preços entre R$ 800,00 e R$ 2.000,00) e no primeiro segmento das intermediárias (com valores entre R$ 2.000,00 e R$ 4.000,00). Não por acaso, essa faixa de bicicletas foi a que mais teve aumento nas vendas nos anos de 2020 e 2021.

“Os últimos dois anos foram de muitas dificuldades e reflexões para o nosso setor. A queda em 2023 é uma realidade, mas foi menor do que aconteceu de 2021 para 2022. A análise que fazemos é de que a tendência é que 2024 seja um ano melhor do que foi o ano passado, que possa ser o início de uma reversão neste cenário”, explica Rodrigo Coelho, presidente do Conselho Deliberativo da Aliança Bike.
Expectativas para a economia e para o faturamento das lojas em 2024

No levantamento da Aliança Bike, os lojistas também foram questionados sobre a situação econômica do Brasil e as expectativas para 2024 considerando a realidade da própria loja. Em relação à situação econômica do Brasil, 46,1% dos lojistas expressaram pessimismo, acreditando que a economia deve piorar. Enquanto 25,5% acreditam que a economia irá melhorar e 28,4% creem que ela permanecerá estável.

Ao serem indagados sobre a expectativa para a situação financeira da própria loja, os lojistas mostraram-se mais otimistas: 47,1% acreditam que a situação financeira da loja irá melhorar, enquanto 20,6% acreditam que irá piorar. Para 32,4%, a expectativa é que a situação financeira em 2024 permaneça inalterada.

Como parte do cenário nacional, o mercado de bicicletas poderá se beneficiar ainda mais em caso de melhoria na conjuntura econômica do Brasil.

A visão para o mercado em 2024

A expectativa da associação não é necessariamente de um ano extremamente positivo, mas sim de recuperação econômica no setor de bicicletas e reversão da curva, passando de decrescente para ascendente. Um dos indicativos é que a queda em 2023 foi menor do que a observada em 2022, e o faturamento das lojas recuou menos do que o volume de bicicletas vendidas. Isso revela a resiliência do setor e uma base maior de ciclistas consumindo serviços, acessórios e equipamentos. Segundo a Aliança Bike, os números de 2020 e 2021 tiveram um crescimento fora da curva, não apenas no Brasil.

“Considerando um certo padrão de consumo, podemos dizer que muitas pessoas compraram bicicletas novas pela válvula de escape de pandemia ou anteciparam a compra ou troca da bicicleta, no caso de ciclistas contumazes”, afirma Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike. Este fato acabou gerando alguns desafios – especialmente em relação à capacidade de oferta e gestão dos estoques tanto durante quanto após a pandemia. E, aos poucos, o mercado nacional vem se regulando para patamares que sejam mais sustentáveis em toda a cadeia.

“Estes desafios em relação aos estoques ainda existem. Mas podemos vislumbrar um segundo semestre melhor do que o primeiro, o que nos levará a um 2024 melhor do que o ano passado”, afirma Rodrigo Coelho.

Fotos divulgação Bike aos pedaços

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