Com a pandemia da covid-19, a bicicleta se transforma em uma das melhores opções de mobilidade para evitar a disseminação do coronavírus
Abraciclo – Na data em que se comemora o Dia Nacional do Ciclista, 19 de agosto. Assim a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares. Faz uma homenagem especial a todos que utilizam a bicicleta, seja como meio de transporte, lazer, esporte mas também até mesmo como uma forma de obter renda.
Antes da pandemia da covid-19, a bicicleta estava mais associada ao lazer, à prática saudável de uma atividade esportiva e à preocupação com o meio ambiente. Hoje, ganha os holofotes após a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar seu uso para evitar aglomerações como as que acontecem no transporte público.
“O momento agora é de intensificar ações e encorajar as pessoas a optarem por esse meio de locomoção. Nesse sentido, a Abraciclo intensificou seu trabalho junto às autoridades para apresentar propostas que garantam melhor mobilidade urbana e – por incrível que pareça – várias delas a praticamente custo zero”. Afirma o vice-presidente a abraciclo, Cyro Gazola.
Entre as sugestões apresentadas pela entidade à prefeitura de São Paulo e ao governo do Estado de São Paulo. Estão a destinação das faixas à direita das vias públicas para a circulação prioritária de bicicletas em relação aos demais veículos e o estímulo à instalação e ao funcionamento de bicicletários em estabelecimentos comerciais, de ensino e serviços públicos em geral.
“Nosso objetivo é integrar os esforços e as iniciativas dos setores público e privado para oferecer mais opções para a mobilidade urbana, propiciando deslocamentos confortáveis e seguros para a população”, enfatiza Gazola da abraciclo.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego, até o final de 2020, a cidade de São Paulo terá a maior malha dedicada às bicicletas entre todas as capitais brasileiras. Serão 676 quilômetros de extensão, sendo dessa maneira 73% dessas estruturas se interligarão ao transporte coletivo.
Mais fiscalização e menor velocidade
“Não basta só fazer ciclovias, precisamos de uma série de ações para incrementar a ciclomobilidade e mostrar os benefícios proporcionados pelo uso da bicicleta”. O alerta é da presidente da União dos Ciclistas do Brasil. Ana Luiza Carboni.
Recentemente, a entidade lançou a campanha “Bicicleta para Futuros Possíveis” para buscar e sugerir, junto às gestões públicas, melhorias nas condições de uso da bicicleta como modo de mobilidade e transporte durante e após a pandemia.
Ana Luiza defende a ampliação da fiscalização e sinalização nas vias públicas, mas também a da redução da velocidade para garantir a segurança do ciclista.
“Já foi comprovado que, com o limite de velocidade menor, o trânsito flui mais facilmente”, justifica.
Outra medida necessária é a realização de campanhas educativas e de sensibilização para falar sobre os benefícios de pedalar, tanto no que se refere à saúde como na melhor qualidade do ar.
A presidente da UCB destaca ainda que é preciso planejar e executar obras de mobilidade fora dos grandes centros e planejar a integração com outros modais de transporte.
“O uso da bicicleta é muito grande na periferia e no interior. Quem mora em locais afastados dos grandes centros não conta com ciclofaixas, ciclovias nem vias compartilhadas e estacionamento”, esclarece.
Perfil do ciclista
Mas, afinal, quem é o ciclista brasileiro? De acordo com o estudo “Perfil do Ciclista”, publicado pela ONG Transporte Ativo e cuja edição mais recente é de 2018. Este pedala cinco ou mais dias por semana (82,5%); usa a bicicleta como meio de transporte há mais de cinco anos (59%); está na faixa etária entre 25 e 34 anos (25,7%) e tem renda mensal entre um a dois salários mínimos (40,3%). A pesquisa ouviu cerca de 7,6 mil ciclistas de 25 cidades das diferentes regiões brasileiras, além da Argentina e Colômbia.
Ainda segundo esse estudo, 18,2% das pessoas entrevistadas utilizam a bicicleta com outro modal de transporte. Contudo para 55% dos pesquisados o tempo de viagem (pedal) varia de 10 a 30 minutos. As três principais motivações para os brasileiros adotarem a bicicleta como meio de transporte são estas: rapidez e praticidade (38,4%), saúde (25,8%) e custo (22,1%). Já os principais problemas enfrentados no dia a dia pelos ciclistas nacionais são as faltas de segurança no trânsito (40,8%) e de infraestrutura (37,9%).

Pandemia impulsiona novos negócios
É certo que o aumento de ciclistas nas ruas tem gerado um crescimento constante do mercado de bicicletas. Igualmente peças e acessórios em praticamente todas as regiões do Brasil. O fato novo, no entanto, é que a pandemia da covid-19 deu uma enorme alavancada nesse mercado. Entre as associadas da Abraciclo, que atendem a mais de 40% do mercado nacional. Contudo há empresas que estimam crescimento da receita na ordem de 15% a 20% em função da elevação da demanda durante a pandemia.
Segundo levantamento preliminar da entidade, foi verificado, por exemplo, crescimento de até 40% nos negócios realizados com bike shops; empresas de pequeno porte especializadas em venda, manutenção e reparos de bicicletas; no acumulado de janeiro a julho do presente ano, em comparação com igual período de 2019. Este segmento mercadológico reúne cerca de dois mil estabelecimentos espalhados pelo País.
“Nos negócios com lojas esportivas, a evolução da receita ficou em torno de 10% no comparativo do mesmo período, porém deu um salto de 40% a 50% nos últimos três meses, ou seja, no auge da pandemia e das medidas de confinamento e prevenção à covid-19”, explica Gazola.
“Já os valores gerados pelas operações de e-commerce (comércio eletrônico) com bicicletas foram triplicados nesse período. Estes resultados crescentes de receita indicam que, na pandemia, o consumidor brasileiro passou a adquirir preferencialmente bicicletas de maior valor agregado”, completa.
Baixas de acordo com a abraciclo
O contexto de confinamento da população em suas residências, no entanto, também causou baixas nas operações comerciais das fabricantes de bicicletas. Na categoria de bicicletas infantis a queda da receita atingiu cerca de 50%, retratando uma acentuada retração no segmento cujo perfil é estritamente familiar. Além disso, o fechamento e, posteriormente, o funcionamento em horários restritos das lojas de eletrodomésticos resultaram numa queda de aproximadamente 30% nos negócios das fabricantes. Estes que abastecem pontos de venda basicamente com bicicletas classificadas como “de entrada” (valores mais baixos) e de médio valor agregado.
Assim mais informações sobre a abraciclo no site.
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